A Romaria de S. Brás


Autor:
José Soares

Título: A Romaria de S. Brás
Edição: Serviços de Cultura e Turismo da Nazaré, 1982

José Soares, estudioso da cultura local, descreve nesta brochura a romaria a São Brás, “a mais genuína das manifestações populares da Nazaré”.
Refere o autor não só o aspecto paisagístico do monte, como também o relaciona com a lenda da imagem de Nossa Senhora da Nazaré e da vinda do Rei D. Rodrigo e Frei Romano que, segundo a tradição, já teriam encontrado no cimo do monte uma capela abandonada, onde existiria um crucifixo.
Em 1965, José Soares considera que “a capela pouco tem de atractivo …. e não passa de um casebre a desabar sem os cuidados de ninguém”. Em dia de festa (3 de Fevereiro), sobre toalhas e adornado com poucas alfaias religiosas, o altar ostenta as imagens de Nossa Senhora das Candeias (celebrada a 2 de Fevereiro), São Bartolomeu e São Brás, então vindas da Igreja Matriz da Pederneira.
No soalho, situam-se duas placas tumulares, uma das quais pertencente, segundo legenda gravada, ao ermitão Manuel Luís, “de pátria desconhecida e falecido em 1849”.

Em tempo de romaria ao São Brás e início das preparações carnavalescas, aqui fica uma sugestão de leitura, para que também possamos reflectir sobre a continuidade destas práticas populares.
Para saber mais sobre o Monte de São Brás (ou de São Bartolomeu) sugerimos ainda a leitura do site portugalsemfim.

Uma arte do Povo, pelo Povo e para o Povo


Título: Uma arte do Povo, pelo Povo e para o Povo. Neo-realismo e artes plásticas
Edição: Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, Museu do Neo-realismo, 2007

No ano em que se comemora o centenário de nascimento de Alves Redol (Vila Franca de Xira, 29 Dezembro1911 – Lisboa, 29 Novembro 1969), evoca-se o neo-realismo com a apresentação do catálogo Uma arte do Povo pelo Povo e para o Povo. Neo-realismo e artes plásticas, referente à mostra patente no Museu do Neo-Realismo em 2007.
A abordagem deste movimento é feita por diversos autores, focalizando várias temáticas que nos dão uma leitura estética, social e política de obras produzidas quer na literatura, quer nas artes plásticas.
O tema do mar, e sobretudo da representação das suas gentes, foi privilegiado pela geração neo-realista de meados do século XX, incluindo o catálogo algumas reproduções de obras de Júlio Pomar, Rogério Ribeiro, Querubim Lapa, Augusto Gomes, Mário Dionísio, Maria Keil e Avelino Cunhal.
No neo-realismo vive-se uma aliança entre o artista e o povo, em que a arte é cada vez mais acessível às massas e onde o povo é representado não de uma forma idealizada, mas num quotidiano de trabalho árduo – no mar, em terra ou na fábrica. Do mesmo modo, as vivências de pobreza, exclusão, desespero, maternidade e festa são também temas do neo-realismo, que assim desempenha um papel interventivo e de reflexão na análise social, política e económica nacional.
Vários autores e obras emblemáticas do neo-realismo português são citados nesta publicação, oferecida recentemente ao Museu Dr. Joaquim Manso pelo Museu do Neo-Realismo e a merecer uma leitura atenta.