Vencer o mar, ganhar a terra













Autor: Sandra Araújo Amorim
Título: Vencer o mar, ganhar a terra: construção e ordenamento dos espaços na Póvoa pesqueira e pré-balnear
Edição: Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, 2004

Oferta do Município da Póvoa de Varzim à Biblioteca do Museu Dr. Joaquim Manso, este livro permite compreender a expansão urbanística e a evolução demográfica da Póvoa de Varzim.
A autora, baseando-se nas mais diversas fontes, evidencia a relação entre o núcleo urbano e a área rural, analisando os espaços viários, ruas e praças, a volumetria do programa arquitectónico e dos edifícios públicos, e o tecido sócio-económico.
Refere também a influência que, a partir do séc. XVIII, a época balnear exerce no urbanismo da vila, intensificando-se a ocupação da zona litoral. Verificaram-se substanciais alterações na sua fisionomia, com a deslocação do seu centro e com arruamentos paralelos e perpendiculares à costa.
Realça-se ainda a importância do quadro económico na organização do espaço, com menção sobretudo à actividade piscatória e derivadas, como a salga, a construção naval e a cordoaria, embora não esquecendo a agricultura e as actividades agro-marítimas.
Esta obra encerra, por assim dizer, uma reflexão sobre a estrutura urbanística e sócio-profissional da Póvoa de Varzim enquanto povoação piscatória e balnear, abrindo perspectivas comparativas com outras regiões do litoral português.

A Muleta













Autores: Manuel Leitão, Ferdinando Simões, António Marques da Silva
Título: A Muleta
Edição: Museu da Marinha e
Ecomuseu Municipal do Seixal, 2009
Português e Inglês

De temática restrita, dedicada à muleta, esta obra aprofunda o estudo de uma das embarcações mais belas e características do Tejo, desde a sua construção, ao plano vélico, sistema e processo de pesca, acompanhada de imagens complementares. Entre reproduções fotográficas e de pinturas alusivas, dá-se especial relevo às plantas, planos e desenhos técnicos de pormenor.
É uma obra de indispensável leitura para todos quantos se interessam por esta área do património cultural marítimo, nas suas vertentes material e imaterial.

Oferta do Ecomuseu Municipal do Seixal à Biblioteca do Museu Dr. Joaquim Manso.

Património baleeiro dos Açores. Herança e modernidade







Edição: Direcção Regional da Cultura / Museu do Pico, 2011

No início desta recente publicação do Museu do Pico refere-se a preocupação do Governo Regional dos Açores no que concerne à legislação e financiamento de planos conducentes ao estudo, salvaguarda, divulgação e valorização do património cultural, considerando-o importante factor de desenvolvimento económico.

Nesta perspectiva, com comparticipação comunitária e do fundo EEA GRANTS, desenvolveu-se o projecto “Baleiaçor”, que incidiu na arte baleeira nos Açores, visando a preservação e transmissão às gerações futuras dos saberes e tradições inerentes à prática da caça à baleia.

Com o envolvimento da comunidade local e da colaboração de vários “mestres” em diversas áreas (construção naval, confecção de velas,...), procedeu-se à recuperação de parte significativa do património baleeiro dos Açores, nomeadamente de embarcações – botes e lanchas de reboque e respectiva palamenta. 

Esta edição divulga este projecto e reúne várias comunicações sobre a temática, chamando a atenção para a importância que o mar e as embarcações baleeiras assumem no panorama cultural dos Açores, aliando o aspecto histórico-geográfico à fruição natural.

Todo o discurso é muito ilustrado com fotografias, que documentam várias etapas desta actividade e histórias de vida dos seus protagonistas, incluindo ainda plantas de construção naval, registos de embarcações e de pescadores.

Esta publicação deu entrada na Biblioteca do Museu Dr. Joaquim Manso, numa oferta do Museu do Pico.
Uma obra que vale a pena ler!

Artes do Mar. Da Costa da Caparica à Fonte da Telha






Autor: Renato Monteiro
Título: Artes do Mar da Costa. Da Caparica à Fonte da Telha
Edição: Junta de Freguesia da Costa da Caparica, 2005


Oferta da Câmara Municipal de Almada para a Biblioteca do Museu Dr. Joaquim Manso, esta publicação é um belo álbum de fotografias a preto e branco, da autoria de Renato Monteiro, sobre as vivências da pesca. Documenta vários momentos e pormenores das técnicas e das artes de pesca tradicional, desde os barcos, às redes e xalavares, não esquecendo as figuras dos homens, mulheres e crianças com rostos marcados pelo trabalho, terminando com imagens de uma praia vazia e cheia de silêncio, após a faina.

Em texto introdutório, refere-se o fascínio que o mundo rural e marítimo sempre exerceu junto dos fotógrafos e identifica-se uma relação especial entre os mesmos e os pescadores: ambos se preocupam com a captura (do pescado e da imagem) e com a escolha de local e hora para a prática da sua actividade, só conhecendo os resultados após a conclusão do seu trabalho.

“Os pescadores tiram ao mar o que faz falta em terra, os fotógrafos roubam ao mundo momentos insignificantes, para os devolverem depois, lá – isto é: onde e quando são necessários. Uma grande diferença existe, porém, entre eles: enquanto que os vestígios do trabalho da pesca, gravados na areia, são presa fácil do fluxo das marés, as marcas na fotografia – ‘prática que luta contra a morte, contra o desaparecimento dos seres e das coisas’ – resistem ao fluir do tempo e vingam a fragilidade humana. É isso, afinal, a Fotografia: do grego photon (“isto”) mais graphos (futuro do verbo “permanecer”)”.
(Rui Fabião: 2005)

Notícias da Lancha








Edição: Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, 2011
Org.: Manuel Costa

Edição fac-similada de dez números do boletim Notícias da Lancha (1991- 1992), publicada pela Câmara Municipal de Póvoa de Varzim como homenagem a Manuel Lopes, na comemoração dos 20 anos da lancha poveira do alto “Fé em Deus” e apresentada no II Encontro da Rede Nacional da Cultura do Mar, realizado na Biblioteca Municipal Rocha Peixoto, a 2 Setembro de 2011.

Em texto introdutório, refere-se a importância da identidade cultural como factor de atracção turística, em contraste com a modernidade, e cita-se a lancha poveira “Fé em Deus” como exemplo aglutinador e de afirmação da identidade poveira.
Também se enaltece o papel de Manuel Lopes como grande defensor e investigador do património cultural local, obreiro do projecto de construção da réplica da “Fé em Deus”, que terá servido de inspiração à recuperação de muitas outras embarcações tradicionais no Norte do país.
Manuel Lopes foi também editor do boletim “Notícias da Lancha”, onde se dava notícia da calendarização e da evolução dos trabalhos de construção da réplica da referida embarcação, seguindo todo o ritual e técnicas do “saber fazer” que foram transmitidas de geração em geração.
A colecção dos dez números agora reunidos documenta as várias fases da construção, desde o desenho (sala do risco) ao “bota abaixo” / lançamento à água, devidamente ilustradas com fotografias.
Este projecto de Manuel Lopes, concluído com o lançamento à água da “Fé em Deus”, em 15 Setembro 1992, perdura através dos tempos, desempenhando um papel de grande significado cultural e interesse pedagógico, sendo a lancha considerada uma “Escola da Memória”.

Esta publicação, cuja leitura o Museu Dr. Joaquim Manso recomenda, foi oferecida pela Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, no âmbito do II Encontro da Rede Nacional da Cultura do Mar.







Edição: Câmara Municipal de Ílhavo e Museu Marítimo de Ílhavo, 2011


Por permuta com o Museu Marítimo de Ílhavo, chegou recentemente à Biblioteca do Museu Dr. Joaquim Manso a publicação Tudo num barco. Património marítimo e cultura popular, catálogo ilustrativo de exposição com o mesmo nome, que esteve patente ao público naquele museu e que incluiu miniaturas de embarcações tradicionais portuguesas provenientes do Museu de Arte Popular.

Reflexões de vários autores – Álvaro Garrido, Andreia Galvão, Daniel Melo, Francisco Oneto Nunes, Alexandre Oliveira, Luís Martins e Márcia Carvalho – abordam a relação entre a arte  e a cultura popular, com referências à política adoptada pelo Estado Novo e às iniciativas de  António Ferro que, com o objectivo de glorificar a tradição e o passado nacional, estimulavam a realização de mostras de arte popular, como a grande exposição do Mundo Português em 1940, de que viria a resultar o Museu de Arte Popular, inaugurado em 1948. Numa perspectiva de valorizar o universo etnográfico, a cultura popular é retratada em miniaturas com todos os detalhes e pormenores, fixando os vários aspectos da identidade nacional, sobretudo os relacionados com as actividades rurais e marítimas.
Assim, os processos, instrumentos e técnicas agrícolas tradicionais são representados em tamanho reduzido, aliando o aspecto estético ao documental e evocativo. O apelo à preservação da tradição também se manifesta no que concerne à cultura do mar, com modelos reduzidos de embarcações e de artes de pesca tradicional.  

Luís Martins distingue, aqui, três tipos de construtores de miniaturas de embarcações, consoante  a técnica utilizada na respectiva construção:
Artesão – aquele que “miniaturiza” os objectos, centrando-se na forma. “Isto é feito a olho. Não se trabalha à escala”.
Modelista – aquele que segue um plano ou desenho à escala.
Artista – aquele que segue a escala, mas também tem em atenção estudos, esboços e fotografias sobre a  embarcação a construir.

Esta publicação relembra ainda o trabalho de investigação do Arq. Lixa Felgueiras sobre a arquitectura e a dimensão imaterial do barco.
Finalmente, é dado especial relevo à importância do barco como expressão da cultura marítima e à formação de museus etnográficos e regionais que contribuam para a sua preservação.

Mais uma importante edição do Museu Marítimo de Ílhavo, disponível para consulta na Biblioteca do Museu Dr. Joaquim Manso. 

Colecção António Olmos

Título: Colecção António Olmos
Edição: Câmara Municipal da Cascais, 2010

Recentemente chegado à biblioteca do Museu Dr. Joaquim Manso, por oferta da Câmara Municipal de Cascais, este catálogo refere o papel do coleccionador António Olmos e a importância dos museus como locais privilegiados para a divulgação e estudo dos “corpus das colecções”. O percurso expositivo de uma colecção é também um meio para uma melhor compreensão do conteúdo e do perfil do próprio coleccionador.
A publicação distribui-se por vários capítulos, da responsabilidade de vários autores, atestando a multiplicidade disciplinar da colecção, onde se incluem, entre outras, a paleontologia e a mineralogia, as artes decorativas, documentos, biblioteca e filatelia, não ignorando as colecções de escultura e pintura dos séculos XIX e XX. Neste último núcleo, inclui-se o óleo “Nazaré”, da autoria de João Vaz, numa interessante perspectiva sobre a praia, captada a partir das “Pedras”.
Esta e outras marinhas certificam o gosto da época pelos efeitos lumínicos dos registos à beira-mar ou pelo pitoresco das cenas de costumes.

Disponível para consulta na nossa Biblioteca!

Revista de Folklore

Revista de Folklore
Edição: Caja España – Caja Duero, Valladolid, 2011
II Época, n.º 349
36 pag.






Para uma leitura mais diversificada e abrangente, sugere-se a leitura da revista “Folklore”, edição espanhola que a Biblioteca do Museu Dr. Joaquim Manso possui no seu acervo.
Os artigos do último número incidem, sobretudo, na vida cultural tradicional, nas histórias e narrações que enchiam os serões de Inverno. Histórias de vida, lendas muitas vezes já apagadas da memória colectiva e cantigas do Cancioneiro popular são trazidas ao presente, relembrando as raízes culturais e a evolução que se foi verificando ao longo dos tempos, com todas as singularidades e particularismos.
Os restantes artigos focam temas relacionados com a iconografia mariana e também com a História de Espanha e a sua expansão pelo "novo mundo".
Esta é uma revista espanhola que assiduamente revela novas investigações na área da antropologia e da cultura popular, onde se encontram paralelismos interessantes com a realidade portuguesa. 

Artes de pesca. As pescas na arte

Titulo: Artes de pesca. As pescas na arte. Pintura e Escultura. Catálogo da exposição temporária 9 de Abril a 19 de Novembro de 2005
Edição: Museu Marítimo de Ílhavo, 2005

Catálogo de exposição com o mesmo nome, organizada pelo Museu Marítimo de Ílhavo. Divulga e referencia obras de arte dos finais do século XIX / século XX que retratam aspectos relacionados com o mar, desde paisagens marinhas a figuras de um quotidiano típico-tradicional do litoral português.
Autores de relevo no mundo da arte portuguesa, como Lázaro Lozano, Lino António, Alberto Sousa, Sousa Lopes, Almada Negreiros, Juan Ávalos, entre outros, são alguns dos artistas plásticos que nos proporcionam registos temáticos que conciliam o aspecto estético e as especificidades dos respectivos movimentos e tendências artísticas à autenticidade da realidade documentada. Nas obras expostas revê-se a força, a angústia, as vivências da pesca e o papel da mulher no tecido sócio-económico das gentes do mar, evidenciando igualmente a beleza plástica decorrente do movimento, do esforço, do drama e, até da tragédia, das várias expressões próprias da faina do mar.

Este catálogo faz parte de um conjunto bibliográfico que o Museu Marítimo de Ílhavo ofereceu recentemente ao Museu Dr. Joaquim Manso, enriquecendo, assim, o acervo da nossa Biblioteca com edições que relacionam a arte e o mar.

A Romaria de S. Brás


Autor:
José Soares

Título: A Romaria de S. Brás
Edição: Serviços de Cultura e Turismo da Nazaré, 1982

José Soares, estudioso da cultura local, descreve nesta brochura a romaria a São Brás, “a mais genuína das manifestações populares da Nazaré”.
Refere o autor não só o aspecto paisagístico do monte, como também o relaciona com a lenda da imagem de Nossa Senhora da Nazaré e da vinda do Rei D. Rodrigo e Frei Romano que, segundo a tradição, já teriam encontrado no cimo do monte uma capela abandonada, onde existiria um crucifixo.
Em 1965, José Soares considera que “a capela pouco tem de atractivo …. e não passa de um casebre a desabar sem os cuidados de ninguém”. Em dia de festa (3 de Fevereiro), sobre toalhas e adornado com poucas alfaias religiosas, o altar ostenta as imagens de Nossa Senhora das Candeias (celebrada a 2 de Fevereiro), São Bartolomeu e São Brás, então vindas da Igreja Matriz da Pederneira.
No soalho, situam-se duas placas tumulares, uma das quais pertencente, segundo legenda gravada, ao ermitão Manuel Luís, “de pátria desconhecida e falecido em 1849”.

Em tempo de romaria ao São Brás e início das preparações carnavalescas, aqui fica uma sugestão de leitura, para que também possamos reflectir sobre a continuidade destas práticas populares.
Para saber mais sobre o Monte de São Brás (ou de São Bartolomeu) sugerimos ainda a leitura do site portugalsemfim.

Uma arte do Povo, pelo Povo e para o Povo


Título: Uma arte do Povo, pelo Povo e para o Povo. Neo-realismo e artes plásticas
Edição: Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, Museu do Neo-realismo, 2007

No ano em que se comemora o centenário de nascimento de Alves Redol (Vila Franca de Xira, 29 Dezembro1911 – Lisboa, 29 Novembro 1969), evoca-se o neo-realismo com a apresentação do catálogo Uma arte do Povo pelo Povo e para o Povo. Neo-realismo e artes plásticas, referente à mostra patente no Museu do Neo-Realismo em 2007.
A abordagem deste movimento é feita por diversos autores, focalizando várias temáticas que nos dão uma leitura estética, social e política de obras produzidas quer na literatura, quer nas artes plásticas.
O tema do mar, e sobretudo da representação das suas gentes, foi privilegiado pela geração neo-realista de meados do século XX, incluindo o catálogo algumas reproduções de obras de Júlio Pomar, Rogério Ribeiro, Querubim Lapa, Augusto Gomes, Mário Dionísio, Maria Keil e Avelino Cunhal.
No neo-realismo vive-se uma aliança entre o artista e o povo, em que a arte é cada vez mais acessível às massas e onde o povo é representado não de uma forma idealizada, mas num quotidiano de trabalho árduo – no mar, em terra ou na fábrica. Do mesmo modo, as vivências de pobreza, exclusão, desespero, maternidade e festa são também temas do neo-realismo, que assim desempenha um papel interventivo e de reflexão na análise social, política e económica nacional.
Vários autores e obras emblemáticas do neo-realismo português são citados nesta publicação, oferecida recentemente ao Museu Dr. Joaquim Manso pelo Museu do Neo-Realismo e a merecer uma leitura atenta.